sábado, 17 de setembro de 2011

Sólida como uma rocha




 
Sólida como uma rocha

 
A realidade é aquela coisa que não desaparece mesmo que se deixe de nela acreditar.
Philip K. Dick


Minha concordancia com o pensador:
 
Pra fugir da realidade
Tarefa fácil não é
Porque vivo na verdade
A remar contra a maré.


Hull



Minha mana Milla Pereira também deixa seu pensamento sobre o tema:

 
Remando contra a maré
vou seguindo meu caminho...
Às vezes dou marcha a ré
para não pisar espinhos...

Milla Pereira


Tá vendo? Minha querida Chica chegou de bombachas cor-de-rosa, trazendo uma linda trova.
Encarar a realidade
não é fácil nessa vida
temos que tentar de verdade
deixá-la mais colorida!!!

Rejane Chica



Minha mestra HLuna é sempre benvinda, sua presença é requerida.
Me arranho nos espinhos,
que deixam muitas feridas.
Porém sigo o meu caminho:
meu caminho é a vida.

HLuna




A querida Franmello veio animar esta página. Obrigada, minha poetisa.

Meu caminho é a vida
Uma louca-desenfreada corrida
Preciso chegar inteira
para o colo da Mãe verdadeira

Franmello




O poeta Wilson Pereira também comparece com uma recado bonito.

O colo de minha mãe
procuro não mais encontro
pra esconder minhas mágoas
escondo-me aqui no Recanto.

Wilson Pereira


Faço a minha realidade,
Entre rochas e poesias...
Por isso a felicidade,
Vem a mim todos os dias...

Jacó Filho




Ferindo como espinhos
A dura realidade
Já não tenho seus carinhos
Morro aos poucos de saudade

Marina Alves




Escondo-me aqui no Recanto,
Quando quero algo encontrar,
Recanto conto no conto
Canto reconto no recantar

Gouveia Rodrigues


 
Vivo com dificuldade
Sustentado na minha fé
Suportar sua saudade
É remar contra a maré

Paulo Filho


 

Remar de encontro a maré

É a dura realidade
Mas quem tem força e fé
Vence a adversidade!

Eurípedes Barbosa Ribeiro


Enfrentar a dura realidade
Coisa para poucos querida
Sempre no rumo da verdade
Viver o milagre da vida!

Maurélio Machado
Hull de La Fuente

O sonho Kafkiano




O SONHO KAFKIANO
A MÃO MACIA QUE ESCORRIA DEDOS
TOCOU-ME O SEIO FEITO DE TOMATE.
O VELHO PADRE COM ASAS DE MEDO
ME CONDENOU A VIRAR MASCATE.
E NAS ANDANÇAS PELO MUNDO CINZA,
PEÇO SOCORRO AO COPO DE VINHO,
TENTO ESCAPAR DE UMA LARANJA NUA,
QUE ME PERSEGUE CHEIA DE ESPINHO,
MOSTRANDO OS DENTES DENTRO DA SOPEIRA,
QUE DANÇA VALSA NO MEIO DA RUA.


UMA MENINA QUE NÃO TEM CABEÇA,
ME CUMPRIMENTA COM ACENO BREVE,
SUBO CORRENDO OS DEGRAUS QUE DESCEM,
DA CACHOEIRA DO RIO DE NEVE.
TENTO FALAR, MAS NINGUÉM ESCUTA,
GRITO UM SUSPIRO COM SOM DE SORVETE.
ALGUÉM ME ACUDA! POIS EU ME DERRETO!
NINGUÉM ME OUVE, VOU FUGIR SONHANDO,
NAS ASAS BRANCAS DE UM GATO AZUL.
MEU TRAVESSEIRO É UMA ANDORINHA,
QUE VOA EM “S” EM DIREÇÃO AO SUL.


TENTO ACORDAR, MAS NÃO É A HORA,
A CAMA ROSA ME ABRAÇA AGORA.
A ORQUIDEA LÂMPADA GRUDADA NO TETO,
PISCA-ME O OLHO DE VIDRO AMARELO.
E O HOMEM GRÁVIDO SEGURANDO O FETO,
NADA NAS ONDAS DA PLACENTA ABERTA.
O VELHO PADRE COM ASAS DE MEDO,
SORRI AOS CORVOS E CONTA UM SEGREDO.


A FRIA ÁGUA DO RIO AVALON,
BANHA A MENINA QUE NÃO TEM CABEÇA
QUE ESPIRRA CRAVOS PELAS AXILAS
E COME SARDINHA NA PONTA DO DEDO.
AS ANDORINHAS DE PERNAS DE AÇO,
VOAM EM VOLTA DA ESTRANHA MENINA,
O GATO AZUL LHE DÁ UM ABRAÇO,
A BRUMA CHEGA E O SONHO TERMINA.


(Hull de La Fuente)

Reeditado para fazer minha mais nova amiga de infância, Zelia Maria Freire, dar risadas. Zelinha, depois que eu li a sua crônica maravilhosa "Lendo, Aprendendo, Pensando", com a teoria de Martin Heidegger, a sua e mais outros filósofos, minha cabeça ficou zuretinha... Fui resgatar no passado, este texto já publicado aqui no RL, pra ver se desentorta o cérebro.
Beijinhos,
Hull




O poeta e amigo Eurípedes Barbosa Ribeiro fez esta divertida observação ao meu poema surrealista:

 
Esse moço tá maluco
Ou ainda está em Processo
Se já não está caduco
Está pra lá de possesso.
 Esse Kafka andou cheirando
Um baseado qualquer
Tá pirado ou tá pirando
Acredite quem quiser!
 Pois para mim esse sonho
Tá pra lá de pesadelo
Um sonho assim tão medonho
Sei que é bem melhor não tê-lo!
 Um beijo Hull. E parabéns pela criatividade.
Uma boa tarde.


Euripedes Barbosa Ribeiro
Hull de La Fuente

Cumpadi Catulu e eu




CUMPADI CATULO E EU



Nois tem gosto de rocêru
pur  noça terra querida
é u gosto du brasilêru
que sabi vivê a vida.

Quano das coisa ocê fala
aquilu qui u zóio vê,
na minha garganta intala
u prantu qui dá prazê.

Ocê vê cum zóio belu
u qui faiz a natureza
Du Ipê roxo i amarelu
ocê canta a beleza.

Da bicharada bunita
que vevi ao derredó
nu seu peitu u canto grita
é uma canturia só.

Canta u sabiá na mata
na varanda u Curió,
I u Bem-ti-vi arrebata
lá na manguêra cum um dó.

Um dó de peitu afinadu,
chamanu a passarada
i u sertaneju tocadu
vai du dia à madrugada.

Ah, meu cumpadi Catulo
Tomara qui u mundo vissi
essi teu sítio num pulo,
i di lá nunca saíssi.

Ocê é abençuadu
U teu sítiu é um paraísu,
mai é mió preservadu
dessi mundu sem juizu.

Um abração pra vosmicê,

Ulli




 Interações:

Cumpadi Eurípedes troxi essis versu pramodi alegrá us cumpadi rocêru. Brigadim, cumpadi. Amei.

Uma prosa di cumpadi
Qui dá gosto di si lê
Dá sodadi do raçadu
Ondi um dia fui vivê
Mandu um abrassu apertadu
Pru Catulu e inspiradu
Mandu um beju pra ocê!

Euripedes Barbosa Ribeiro

 


Meu cumpadi e manu Catulo dexô seu gardecimento; ocê mereci cumpadi.


Minha mana mecê sábi
Qui u mér di abêia é bão,
Senti u gôstu du mátu,
Véve us têmpu cum imoção,
Cum a simpricidádi da vída,
Véve sêmpri cumprumitída,
Mecê móra nu meu coração!

Us teu vérsu ilugiôsu
Mi arripía interim,
Dá uma imoção bem fórti
Qui eu trêmu muitu, infim!
Quându lêiu us teu vérsu,
Avôo pelu univérsu
Ficu filiz, contentim!

Brigádu, mana, num amerêçu tântu anssim.
Bração prá mece!
Catulo

Hull de La Fuente

A coruja bruxilda



Da série: Bicho que parece gente


 
A CORUJA BRUXILDA
Bruxilda é escocesa
E o uísque não dispensa
Dos “pubs” ela é freguesa
Sua feiúra é quase ofensa.

Suas penas preto-douradas,
Já não brilham tanto assim
Só por causa das noitadas
Estará chegando ao fim?

Bruxilda gravou um disco
Cantando belas canções
Pra gravadora foi um risco
Mas faturou-se milhões.

Susan Boyle, sua prima,
Anda um pouco enciumada
Mas Bruxilda tem a estima
Da prima tão afamada.

Esta é uma brincadeira,
Puro “animus jocandi”.*
Que a coruja estrangeira
Esqueça o “animus necandi”.*



Expressão em latim :*Animus jocandi”=desejo de fazer graça.
Quanto ao “animus necandi”=é a vontade de matar.
Que a coruja não se ofenda da comparação com a Susan.
Hull de La Fuente

Visita à fazenda




 VISITA Á FAZENDA  

A fazenda está em festa
E o poleiro em algazarra
Como o ensaio de uma orquestra,
São galos fazendo farra.

Cacarejos em vários tons
Có co ri, có  có có ró
São sim, cantores dos bons,
A harmonia é uma só.

De repente ouve-se o sino
Lá na porteira de entrada
Meio dia, sol a pino,
Tá chegando a parentada.

Que mora lá na cidade
E o campo vem conhecer
Será só felicidade
Da manhã ao anoitecer

Da carruagem desceu
Uma família catita
Nunca ali aconteceu
Uma cena mais bonita.

Dona galinha Eleonora
E o marido Adamastor
Elegante, encantadora,
E o galo, um bel senhor.

Os filhos amarelinhos
De uma graça sem par
De chapéus, que bonitinhos
Uma família de encantar.

Os pintinhos da cidade
Olham tudo espantados
É um mundo de verdade.
Deixou-os maravilhados.

Os priminhos caipiras
Fazem festa aos visitantes
Cantam versos de catira
Com passos sapateantes.

E assim passam-se os dias
Na Fazenda Juçapé
Onde mora a alegria,
O amor, carinho e fé.



Brasília, novembro de 2010
Hull de La Fuente

Menina sapeca eu fui






Menina sapeca eu fui
 

Comentário para o texto: UMA FILUSUFÍA DI VIDA... (T2771334)
Do manu e parcêru:
Catulo





Cumpadi eu tomém fui "santa",
iguarzinha qui ocê
dessas criança qui ispanta,
cum inergia pra vendê.
Ponhava minha vó doidinha
e a impregada na cuzinha
sem sabê o qui fazê.

Era tanta inergia
qui minha vó decidiu
cunseiada por uma tia
pra benzedêra partiu
mas a pobre rezadêra
saiu foi numa carrêra
quano uma cobra ela viu.

Era a cobra Ernestina
já véia e desdentada
brincadêra di minina,
pois num murdia nem nada.
Eu levei num imborná
pra duas véia assustá
e eu dava gargaiáda.

Apanhei foi ali mermu
com cipó de malva seca
Vovó num usô mei termu
dissi qui eu era u capeta
E a véia rezadêra
num parô a tremedêra
parecia tê malêita.

Adispois fui pru internatu
cum as frêra italiana
lá eu aprendi di fatu
qui a liberdadi é bacana.
tinha frêra qui era boa
mas também tinha as coroa
qui era o cão chupanu cana.

Foi intão qui eu mioréi
virei mermu uma mocinha
mais a vida qui eu levei
era bem divertidinha.
Fui uma menina Feliz
fiz as artes que eu quis
pra sê uma feliz veínha.

Um abraço pra vosmicê.
Hull






Meu cumpadi Airam Ribeiro também mi dexô suas traquinici di mininu. Óia só cuma era eli:


Pegano a galinha do dispaxo

O carro tava parado
Na porta da macumbaria
Eu e meu amigo Job sentado
Lá nun banco ninguém via
Na porta um caminhão parado
Pelo qui via já lotado
Qui naqueles minutos saía.

Cunversei cum Job intão
Vamos naquele carro pongá!
Mas nun sabia qui o caminhão
Os macumbêro tava a levá
Para fazê um dispaxo
Pois inrriba tava um taxo
E u’a galinha preta tava lá.

A turma nem notáro
Quando nóis no carro pongô
E nois veno eles qui xamáro
Por um preto véi xangô
E fizéro a perparação
Cum uma hora  xega  o caminhão
No lugá qui cumbinô.

E foi deceno os pessoá
Arguns,  caximbo fumano
E cumeçô a perpará
Ao som dos tambô zuano
Lá forum pegá a galinha
Mas aquela avisinha
Do caminhão foi avuano.

Ai  nóis intramo na dança
E fumo a galinha pegá
Lá tava as duas criança
A corrê pra cá e pra lá
Sem ela dispaxo num tinha
Inté qui peguemo a galinha
Qui sentamo pra discansá.

E lá naquela incriziada
Só uvia som dos tambô
Fita preta avermeiada
E uns xamamento dun ta xangô
Vêio logo as mãe de santo
Que cantô logo um canto
E a galinha intão matô.

Vela aceza de toda a cô
Marafo pros  beberrão
Qui nossos óios se arregalô
Lá de riba do caminhão
Vimo uma tá de mizifia
Trazêno a galinha na bacia
E pur seus santo xamano.

Pra incurtá a história
Do dispaxo qui prezenciei
Qui nunca saiu da memória
Das coisas qui já traquinei
O meu amigo Job já morreu
Ocêis pode creditá ni eu
Tudo aqui o qui contei.

Airan Ribeiro

Hull de La Fuente

Netuno, o pescador (e suas rixas com as sereias)






Netuno, o pescador (e suas rixas com as sereias)
Netuno era um pescador
Das margens do Araguaia
De causos, inventador,
Que contava pelas praias.
Falava de ouro e garimpos
De estrelas e diamantes
Que de ouro fez os brincos
Pra sua ninfa e amante.

Mas quando ele bebia
Perdia até a noção
Pois tudo o que dizia
Não tinha sentido não.
Deitava-se na areia
E começava a cantar
Falava só de sereia
A quem queria matar.

 
E pela praia ecoava seu canto alto e triste:
 
 

   
“Essa sereia escamosa
É cobra i e pexi feróiz
Tem  murdida pavorosa
Tem um abraçu atróiz.”
 “Por Adão foi condenada
A condenação eterna
Ela fica excitada,
Mai num pode abrir as perna.”

“É pur issu que a mardita
Come us homi é pela boca
Cum u cantu ela excita
E pega o cara di tôca.”
 “Eu num gostu di sereia
Seja di riu o di má
É mio amá baleia
Isqueça as iemanjá.”

“A bicha é feiticera
Nem tubarão gosta dela
Só si fingi di facêra
Mais só arma isparrela.”
 “Si ocê é homi casadu
Da sereia é u predileto
Pra fazê um belo assadu
Ô ti ismagá cuma inséto.”

"Si eu pego as sereia
num dia di vendaval
eu salgo elas na areia
inté virá bacalhau".

 “Si a sereia eu incontrá
Jogo ela na cisterna
Quero vê ela iscalá
Pois ela num abri as perna.”



Observação: Netuno foi um dos muitos malucos que eu conheci quando menina. Ele sabia muito  das lendas dos rios e mares, por isso o chamavam de "Netuno".

Ele não fazia mal a ninguém, só a ele mesmo, com o tanto que bebia. Eu ouvia seus impropérios e pensava comigo:

_o que sera que se passa na mente desse coitado?  Por que essa raiva das sereias?  Pois sua raiva contra as iaras e sereias não tinha limites.

Eu saí daquela região e nunca mais soube do Netuno.


Todos os versos foram criados por mim. Mas eu me lembro que ele repetia ao final de cada um de seus versos, que a sereia não abre as pernas.


Hull
Hull de La Fuente

Dia dos namorados - San Valentino






DIA DOS NAMORADOS14 de fevereiro, San Valentino




Hoje eu quero o teu beijo
Hoje eu ganho o teu carinho
Hoje tudo o que eu almejo
É estar contigo sozinho.

Como manda a tradição
No dia dos namorados
Te entrego meu coração
Cheio de amor extremado.

Creia em San Valentino
Ele abençoa o amor.
De tua vida e teu destino,
Deixe-o ser protetor.


A todos os enamorados, neste dia, eu desejo toda a felicidade do mundo.

Feliz Dia de San Valentino para todos.
Hull





Interações dos amigos queridos:

Poeminha para Hull e seu esposo
Edson Gonçalves Ferreira

Meu coração
Cachorrinho atrevido
Late e chora, sentido, só por causa de você...
E, quando a noite chega
Ele vira gato
E no telhado da emoção
Mia, arranha e chora
Que nem criança, só por causa de você!

Salve o Dia Internacional dos Namorados
Um abraço,

Edson





In San Valentine's Day
Bate forte o coração
O meu não bate, não sei...
O que aconteceu, então?

Milla Pereira

Hull de La Fuente

Mau Crítico





Mau crítico
 
O crítico ruim critica o poeta, não a poesia.
Ezra Pound



O que penso sobre o assunto:
Quando a crítica é construtiva
O poeta sábio a aceita,
Mas sem justificativa,
Devolve-se a “receita”.

Hull





Tem alguém que só critica
por não ter o que fazer
interpreta mal e fica
pior por não saber ler.

Milla Pereira
 
Mana querida, obrigada!



Às vezes é só por maldade,
que a crítica chega e destrói.
Vai com jeito - caridade,
porque só o amor constrói.

HLuna
Querida Helena, obrigada!

Se não for pra ajudar,
Eu jamais criticarei...
Só por Email já mandei,
Sugestões pra melhorar...

Jacó Filho

Obrigada amigo Jacó





Quem critica se istrumbica
Se não sabe o que dizer
Se melar, tudo complica
Queima o filme pra valer!

Não costumo criticar
Só dou vazão ao enlevo
Que a leitura me incitar
E meu encanto eu descrevo.

Ana Maria Gazzaneo
Querida Ana Maria, é sempre bom vê-la por aqui.
Hull de La Fuente

Minha tia foi para o céu!





MINHA TIA FOI PARA O CÉU!


Sim, ela abandonou o velho corpo doente (82 anos) e guiada por anjos foi levada ao céu. Foram muitos anos de sofrimento, de muito corticóide e outras drogas fortes para poder suportar as dores da artrite reumatóide.
Minha tia Reginalda Pereira da Costa, era a irmã caçula da minha mãe. Nós não usamos o sobrenome da família da minha mãe.
Minha tia foi uma heroína aos meus olhos e aos olhos de quem privou de sua companhia de mulher lutadora. Aos 15 anos de idade ela começou a trabalhar como enfermeira prática, no hospital da Fundação Brasil Central, em Aragarças. Sua atuação foi tão grande que os médicos confiaram a ela a chefia do hospital de Xavantina, isto com pouco mais de 24 anos de idade. Ela fez mais de mil e quinhentos partos, sem a presença de médicos. Eu não conto as vezes em que enfrentou perigos, tanto no ar quanto na terra, pois viajava de avião Teco-teco, ou de canoas precárias para levar assistência às aldeias indígenas do Xingu. Ao lado do indianista Orlando Vilas Boas, lutou contra epidemias de gripes, sarampo, coqueluche e outras doenças, que dizimavam aldeias inteiras, mas conseguiu salvar muita gente. Minha tia abriu mão de viver por ela mesma. Nunca casou e, pela fé, manteve-se pura. Ela entregou a Deus todos os sonhos e desejos e se colocou totalmente nas mãos dEle, pra que Ele fizesse Sua vontade, anulando a dela.
Quando um servo do Senhor vai embora a saudade fica, mas se tem o conforto de saber que ele partiu para o Reino. Para o cristão, não pode haver alegria maior do que esta certeza. Negar este fato seria como negar o sacrifício que Jesus fez por nós, na cruz.
Fique em paz com Deus, minha tia!

Brasília, 17 de fevereiro de 2011
 
Hull de La Fuente

Ataque de vírus ou técnico ruim?




Ataque de vírus ou técnico ruim? 
(Notícias da Milla)



Maninha, minha querida,
que internet implicante
pouco em pé, sempre caída
não é nada interessante.

É melhor você comprar
um fogareiro a carvão
e o PC nele ligar
pra ter melhor produção.

Vai ser até divertido
computador a carvão
com gigabyte medido
pela força do trovão.

Do Magayver use o talento,
improvise ó maninha
Se fizer em algum momento
Um PC de batatinha.

Maninha estou só brincando
Pra esquecer o momento,
mas a você desejando
que acabe esse tormento.
 



Este texto eu deixei lá na sala da mana Milla quando ela publicou:
AOS AMIGOS = (SÉRIE: MEUS RECADOS) (T2792247)


Na sexta-feira à noite ela ligou-me para dizer que seu computador pifou de repente. Disse que a tela foi diminuindo e que apagou. Parece ataque de vírus, vamos torcer pra que ela retorne logo ao nosso convívio.

Maninha, meu desejo é que você volte logo pra nos alegrar com seus textos bonitos e com a sua alegria que contagia a todos.

Bom domingo! Fique com Deus!


INVADINDO SEU ESPAÇO


Menina, mas que delicia,
Ler teu texto, minha irmã.
Eu venho lhe dar noticias,
Diretamente da Lan.

Vou aqui fazer justiça
Ao técnico que me atende.
Porque de toda essa missa,
É o que ele mais entende.

O problema é comigo
Que do pc descuidei.
O anti vírus, meu amigo,
Por um mês, eu não passei.

Tem também o esquentamento
Que minou os megabytes.
Nesse calor azarento
Every day and every night!

Aí então, descobri,
Que tinha um Windows pirata.
Pois, quando o adquiri,
Pensei ser o bom - da nata.

É tudo uma enrolação
Que vem pra cima da gente
Por toda essa amolação
Dos amigos, fico ausente.

Porém, isso tem conserto,
Só não tem jeito pra morte.
Com Bill Gates eu me acerto
Com um pouquinho de sorte.

Por aqui eu vou ficar
Deixando um beijo e abraço
A quem por mim perguntar
Dia a dia, passo a passo.

Maninha, muito obrigada,
Por tudo nesse contexto.
Um beijo à galera amada
Nossos irmãos do Sexteto.

(Milla Pereira)






Hull de La Fuente

O únicorneo






Da Série: Coisas Curiosas
 


O UNICÓRNEO



Eu fiquei imaginando;
Chifre no meio da testa?
E o pobre amado cismando:
"Como eu vou sair desta?"


Francamente poetisa,
Esta é pro muso chorar
Bem na frente, na “marquisa”,
Um chifre a enfeitar...


O pobre do Unicórneo
Sabe que chifre é invisível
Mas se tu queres adorne-o,
Não é tarefa impossível.

Chifre é símbolo do poder
Pode-se considerar,
Há quem prefira morrer
Ao um belo chifre enfrentar.


Obs: o primeiro verso deste texto eu deixei de interação na sala de uma jovem poetisa que me pediu para visitá-la. Lá chegando, vi que seu poema falava de um amor apaixonado e que no calor das palavras, ela meteu um chifre no meio da testa do amado, confesso que não entendi.  
Dias depois tentei voltar à sala dela, mas havia deixado o RL, ou então mudou o pseudônimo, pois meu rascunho de mensagem enviada ficou, mas o nome dela não tinha mais.

 Hull




A querida Franmello chegou com muito bom humor. Tomara que seu amado tenha o mesmo bom ânimo para a brincadeira. Rindo muito... CHIFRE É COISA BOBA
O ANIMAL PEDE EMPRESTADO
O VERDADEIRO DONO
É O HOMEM MUITO AMADO.

RSRSRSRSRS.  ACHO QUE DEPOIS DESSA EU VOU APANHAR.ABRAÇOS QUERIDA HULL

FRANMELLO




O excesso de cálcio na testa,
Acarreta dores insuportáveis...
Ser corno, entre bens duráveis,
Se vier a ter, não faço festa...

Jacó Filho

 

chifre é uma coisa boa
que o diga o rinoceronte
e o homem que não quer tê-lo
acaba tendo de monte.

Wilson Pereira




 
Não tenho esta vocação,
Nem penso neste fetiche,
Doe ate o meu coração,
Só de pensar neste chifre.

Miguel Jacó


Hull de La Fuente

Zé Bodoque i u trem ligêru





Zé Bodoque i u trem ligêru

Zé Bodoque enfatiotadu
Pegô muxila e u chapéu
Eli fora cunvidadu
Prum casamentu em Ilhéu.
Du seu primu João Ferrêra
Cum uma doci brejêra
Mudava di mão u anél.

Quano chegô na estação
U trem já tava paradu
Zé Bodoque cum emoção
Oiava tudu assustadu.
Era su’a prêmera veiz
I andava pra mais di mêis
Cum intistinu afroxadu.

Zé Bodoque no vagão
Foi um cabôcu educadu
Pra todu istendeu a mão,
Meiu insiguru i suadu.
Quano u trem movimentô-si
U cabôcu assustô-si
Ficô friu e amareladu.

O trem seguia cortanu
Do véio trilho u traçadu,
I Zé Bodoque suanu
Num achanu nada ingraçadu.
Suas tripa si remexia
E as perna ele contorcia
Pra não fazê u desejadu.

Foi intão qui siá Cotinha
Muié robusta i bondosa
Li amostrô uma portinha
Com sua voz carinhosa:
_”Ocê entra pur ali,
É adondi nóis faiz pipi,
I as tais urgênça gasósa”.

Zé Bodoqui apressadu
Agardiceu siá Cotinha
Entrô nu postu indicadu
Mais quasi fôrça num tinha.
Quanu ele sentô nu vasu
U trem num dessis acasu
Feiz a marcha carrerinha.

U ventu varreu us trilhu
Levantô pedra I poêra
Atingindu seus fundilhu
Foi aquela disgracêra.
O qui descia vortava
Mas si as tripa aliviava
Us fundu era só porquêra.

Trem legêru finarmenti
Diminuiu sua currida
Deu folga pru penitenti
Com suas anca firida.
Meia hora si passô
Zé Bodoque si alimpô
E a Deus gardiceu a vida.

“Brigadim meu pai eternu,
Eu quasi fui ingulidu
Passei nas porta du infernu,
Mais eu mi agarrei cunTigu.
Ao vortá pra meu ranchim,
Qui u Sinhô mim dê pra mim
Uma mula e tô servidu…”




Hull


A mana Milla Pereira não podia deixar de vir aqui dar sua opinião. Obrigada querida, tomara que seu computador seja logo recuperado.
 
Maninha, eu gostei demais
Da história de Zé Bodoque
Que viajou pras Gerais
E quase fica em choque
Com o saculejo do trem
Na barriga o vai e vém
Quase que sai o reboque!

Milla Pereira






Meu cumpadi e manu Catulo vei tomém pramodi dexá seu recadu. Brigadim, cumpadi.

Vige, maninha, qui u Zé
Quáise imbodóca nu trem...
Tuas história sempri é
Bunitas, lindas qui nem
Um río que só serpenteia
Bem reprétu di serêia!!!
Um bração i parabém!

Catulo


Hull de La Fuente