As Galinhas e o Coelho da Páscoa
Lá no fundo do quintal
Ouviu-se um alvoroço
Um falar descomunal
Um cocoricó colosso.
Eram as galinhas de granja
Com o coelhinho Expedito
E a ele não davam canja
Falavam com ele aos gritos.
Pediam satisfação
Pelo uso de seus ovos
Que em cada geração
Colhiam tribos e povos.
O coelhinho Expedito
Em sua sabedoria
Explicou o que lhe foi dito
Por sua bisa Sofia.
Surgiu com o povo pagão
O culto da deusa Ostera
Para festejar a vida
No início da Primavera.
Na mão ela tinha um ovo
E uma lebre observava.
O ovo era o nascer de novo
E nele a vida gestava.
A lebre representava
Toda a fertilidade
Com a rapidez desejada
Para a perpetuidade.
Esse costume pagão
Mais tarde foi copiado
Depois da ressurreição
De Jesus crucificado.
A galinhada calou-se
Ao ouvir esta história
Uma delas orgulhou-se,
Jurou guardar na memória.
Os ovos eram pintados
Mas representavam a vida
E eram presenteados
Só às pessoas amigas.
Mas tarde os confeiteiros
Descobriram o chocolate
Confundiram lebre com coelho
E virou um disparate.
Pois não souberam explicar
Nem o coelho nem o ovo
Mas incutiram o comprar
Na consciência do povo.
A confusão no quintal
assim foi esclarecida
E o coelhinho pascal
saiu festejando a vida.
Quem trocou lebre por coelho
foi o confeitero francês
que deve ficar vermelho
ao lembrar o erro que fez.
Um lembrete para as crianças:
a) a lebre (coelho) representava a fertilidade e a rapidez na reprodução;
b) o ovo representava o nascimento, a vida.
Este era um costume pagão Celta, festejado no início da primavera, quando a vida recomeçava.
Muitos dos costumes pagãos foram assimilados pela igreja, para atrair os fiéis.
Hull de La Fuente
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