O NOIVO DE BELINHA
Belinha moça solteira
nascida em Cabrobó
Cheia da graça brejeira
Criada pela avó.
Era plena de alegria
Sonhava casar-se um dia
Com um moço de Mossoró.
O rapaz sempre escrevia
Cartas cheias de ternura
Belinha esperava um dia
Completar sua ventura.
Do amor por correspondência,
Puro e cheio de inocência
Próprio pela conjuntura.
Belinha sempre pedia
Ao amado em Mossoró,
Uma sua fotografia
Para mostrar pra sua avó,
Mas o moço alegava
Que sua carta extraviava
No correio de Cabrobó.
Belinha contou sua história
Ao primo Zé da Francesa
Que lhe fez uma trajetória
Com o elemento surpresa.
Iriam a Mossorò
Levaria a velha avó
Não importava a despesa.
Assim os três viajaram
Belinha cheia de sonho
E em Mossoró chegaram
Para conhecer Antonio.
Nas cartas tinha um endereço
Já era um bom começo,
Pra um dia lindo e risonho.
Seu primo bateu à porta
De Antonio Setembrino
E Belinha quase morta,
Apressava seu destino.
À porta saiu um ogro
Que ela pensou ser o sogro
Mas era o seu “menino”.
Ela ouviu a voz do primo
Pedindo confirmação
Se era Antonio Setembrino
Que lhe estendia mão.
O velho então confirmou
E Belinha desmaiou
No carro, ô decepção.
Dos olhos descia o pranto,
a moça não se continha
Diante do desencanto,
Mas sua coragem mantinha.
Ao velho monstro mostrou-se
E sorrindo afastou-se
Pois dele, piedade tinha.
Ficou a fotografia
Tirada com o celular
Daquele ser que um dia
Vivera a enganar
Um coração sonhador
Que esperava no amor
O sonho concretizar.
Fica aqui a advertência
Para anúncios de jornal
Amor por correspondência
Nem sempre é coisa legal.
Tem doidos de toda sorte
Que pode levar à morte
Pois não é gente normal.
Fim
Interações dos amigos são benvindas:
03/06/2011 18:23 - Miguel Jacó
Para as afetividades,
É preciso continência,
E muitas sagacidades,
Nos cuidados eminentes,
Para evitar as ciladas,
Deste monte de dementes,
Se dizendo de inocentes.
Boa noite Hull, sua narrativa ficou excelente neste alerta importante para as circunstancias virtuais que nos invadem nesta contemporaneidade, meus parabéns, MJ.
Obrigada poeta, sua presença aqui muito me alegra.
Hull
04/06/2011 14:10 - Milla Pereira
A história de Belinha
Vale como advertência
Para as ingênuas mocinhas
Que vivem na dependência
Dos amores virtuais
E que são todos iguais
Pela própria existência!
Maria também viveu
Uma história igual
Que muito trabalho deu
Quando conheceu o tal
Que más intenções nutria
Pela pobre da Maria
Que por pouco, se deu mal!
Essas coisas de ilusão
Com quem nunca se conhece
É um pássaro na mão
Que aos poucos desaparece
Fica a dura realidade
Do que é mentira ou verdade
Que a gente não esquece.
Maninha, um magnífico cordel que vem na hora certa, como um alerta para muitos que se arriscam.
Estou melhor da visão.
Beijos, Milla
Querida Milla,
Obrigada por sua participação bonita, aqui nesta página.
Um abraço,
Hull
04/06/2011 20:59 - Marina Alves
Ô menina, tome tento
Na hora de namorar
Se é por correspondência
Cuidado tem de dobrar
Escondido atrás das cartas
Seu bem pode lhe enganar
Mas, uma vez frente à frente
O susto pode matar
Para sua segurança
Eu te aconselho, menina
Se tu queres garantia
Olha o Zé, ali na esquina...
Adorei, Hull!
Eu também gosto de sua presença aqui no meu canto de escrita.
Abraços,
Hull
05/06/2011 11:55 - edson gonçalves ferreira
Cordelzinho de Edson Gonçalves Ferreira
para Hull de La fuente
Num sei fazê cordel
Pra mode de seduzir moça
Sou donzelo na palavra
Ficu timidu dismais
No Facebook num entru
Sô mais recatado que flor
Dessa qui nasci nos morrinhos
Isquecidos em cidadezinhas formosas
As moças de hoji tem que ter cautela
Num existe mais cavalheirismo no mundo
Sou do tempu que home levava frô
E fazia seresta pra encantar muiê...
Agora, precisu dispedir
Tenho que arrumar os trens
Meu niversário é na véspera
Do dia dos namorados, querida!
Pra toda muié que lê meus versinhos
Quebradinhos como o meu carinho
Feitos só pra encantar os amigos
Deixo um beijo no rosto e ôtro no cangote.
Divinópolis, 06.06.2011
Hull de La Fuente
Nenhum comentário:
Postar um comentário